sábado, 19 de abril de 2008

A injustiça


Permite-me que te diga
que assim não é justo
eu só acredito no que vejo
e nada parece ser o que sinto
Água e mel são mistura errada
adoça mas não mata sede.
Nesta manta rasgada de vidas
parto a agulha e pico o dedo
mas não me vou descoser
chupo o dedo e engulo a dor
Hoje é um dia triste
e amanhã não será melhor
Permite-me que te diga
que assim não é justo
rebolar no desespero dos outros
não vou chorar nem gritar
por uma justiça divina
nem rezar por nada
volto para os meus
esses não pedem mais
que o meu amor
justamente a parte
que injustamente recusas
Permite-me que te diga
que assim não é justo.

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